um navio eramos capazes de declarar a guerra a um imperio.
Sahindo do porto dirigi-me para as ilhas Marica, situadas a cinco ou seis milhas da embocadura da barra. As nossas armas e munições estavam occultas debaixo das carnes salgadas e da mandioca, unico alimento dos negros.
Naveguei para a maior d’estas ilhas, que possue um ancuradouro, lancei a ancora, saltei em terra e subi ao monte mais elevado.
Ahi estendi os braços com um sentimento de felicidade e orgulho inexplicavel, dando um grito similhante ao da aguia quando paira no mais alto dos ares.
O Oceano pertencia-me e eu tomava posse do meu imperio.
A occasião de o exercer não se fez esperar.
Em quanto estava como um passaro do mar, debruçado sobre o meu observatorio, vi uma galeota navegando com o pavilhão brasileiro.
Mandei apromptar tudo para nos fazermos immediatamente ao mar, e desci á praia.
Navegámos direitos á galeota que não julgava por certo correr tão grande perigo a tres milhas da barra do Rio de Janeiro.
Abordando-a fizemo-nos conhecer, e intimámos o capitão para se render immediatamente. Para sua justiça é necessario dizer que não fizeram a mais pequena resistencia. Em poucos momentos estavamos a seu bordo. Vi então dirigir-se-me um passageiro portuguez, que trazia na mão uma caixa. Abriu-a, e mostrou-a cheia de diamantes, que me offereceu em troca da vida.
Fechei a caixa e entreguei-lh’a, dizendo-lhe que a sua vida não corria perigo algum, e que por consequencia, podia guardar os seus diamantes para melhor occasião.
Não tinhamos tempo a perder, estavamos quasi debaixo do fogo das baterias do porto. Transportámos as armas e munições para bordo da