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BOOKER T. WASHINGTON

cie de melaço escuro substituia o assucar. Commummente não se adoçava aquelle arremedo de chá ou café.

Os primeiros sapatos que usei eram de pau. Um pedaço de couro grosso em cima, solas de meia pollegada, e de pau. Quando eu andava, faziam um barulho dos diabos; alem disso eram incommodos, não havia meio de calçal-os direito. Esses tamancos nos davam um ar confuso e ridiculo.

Mas a prova mais dura que aguentei como escravo foi vestir a camisa. Naquela parte da Virginia os pretos se vestiam com um panno ordinario, de linho de refugo, naturalmente o mais grosseiro e barato. Peor que aquillo só a extracção de um dente. Era uma tortura medonha, qualquer coisa semelhante aos arranhõss produzidos por duzias de espinhos, por centenas de pontas de alfinetes. Ainda me recordo perfeitamente daquelle horror. Não podia livrar-me, e por desgraça a minha pelle era sensivel demais. Se então me fosse possivel escolher entre usar aquelle supplicio ou não usar nada, eu teria preferido andar nú. Pois meu irmão João sacrificou-se por mim, fez uma coisa admiravel. Quando me obrigavam a estrear uma camisa, offerecia-se nobremente para vestil-a durante alguns dias, até amansal-a. Não conheci outra roupa emquanto fui menino.