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BOOKER T. WASHINGTON

balho de mais de cem operarios. Imaginei que não me seria difficil chegar cedo a escola: bastava levar o ponteiro de oito e meia a nove horas. E foi o que fiz todas as manhãs, até que o contramestre desconfiou e fechou com chave a caixa do relogio. Na verdade eu não tinha querido causar prejuizo a ninguem: o que desejava era não perder os meus estudos.

Achei-me então a braços com outras difficuldades. A primeira se referia a chapéos. Todos os alumnos usavam chapéos ou casquettes, e eu não possuia nada disso. Sempre tinha andado de cabeça nua, e creio que os individuos que viviam perto de mim tambem nunca haviam julgado necessario cobrir-se. Agora, porém, vendo os meus camaradas cobertos, comecei a atrapalhar-me. E, segundo o costume, narrei o caso a minha mãe, que me disse não ter recurso para comprar-me um chapéo de loja, grande novidade entre moços e velhos da minha raça, mas que arranjaria meio de me satisfazer. Tomou dois pedaços de panno, coseu-os e tornei-me proprietario da minha primeira casquette, que me encheu de orgulho. Minha mãe deu-me nesse dia uma licção que não esqueci e procuro transmittir aos outros. Recordando esse incidente, alegra-me a idéa de que ella possuia um caracter bastante forte para não cahir nas extravagancias dos que desejam parecer o que não são. Foi por