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BOOKER T. WASHINGTON

enorme que me inspirou o primeiro negro que ouvi arranhar uma lingua extrangeira.

Dos que adquiriam alguma instrucção muitos se tornavam mestre-escolas e pastores. Entre elles havia realmente homens capazes, serios e piedosos, mas o maior numero dedicava-se a essas profissões para ter uma vida facil. Havia professores que apenas sabiam assignar o proprio nome. Nos arredores da nossa cidade um desses procurava lugar. Como alguem lhe perguntasse que iria elle dizer ás crianças a respeito da fórma da terra, o nosso homem respondeu que estava disposto a ensinar que a terra é chata ou redonda, conforme a opinião da maioria dos seus clientes.

Na religião foi uma vergonha, que ainda continua, não obstante a situação haver melhorado, vergonha por causa da ignorancia e tambem por causa da immoralidade dos que se diziam chamados a prégar. Logo depois da abolição, os negros que sabiam ler começaram a receber esses chamados, que ordinariamente vinham poucos dias depois de elles deixarem os bancos da escola. Na Virginia Occidental o costume era bem curioso. O individuo interessado recebia a inspiração geralmente na igreja. Cahia no chão, ficava horas extendido, calado, immovel e corria a noticia de que elle tinha tido um chamado. Se o homem não se dava por vencido, cahia duas vezes, tres vezes, até que aca-