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BOOKER T. WASHINGTON

Quanto a mim parecia-me que, embora me fosse possivel abrir caminho na politica, não me devia occupar com ella: a satisfação dum desejo egoista prejudicaria o dever que me havia imposto de trabalhar pela educação do meu povo.

Nesse tempo os negros que estudavam pretendiam tornar-se advogados e deputados, e as negras tencionavam ser professoras de musica. Eu achava que havia coisas mais urgentes que o preparo de advogados, deputados e professoras de musica. E pensava na historia dum preto velho que, no tempo da escravidão, queria aprender a tocar guitarra. Esse preto dirigiu-se a um dos seus senhores, que, tendo confiança diminuta no talento delle, tentou dissuadil-o deste modo:

— Tio Jake, você terá licções de guitarra. Cobro-lhe tres dollars pela primeira, dois pela segunda, um pela terceira e meio pela quarta.

— Muito bem, patrão, concordou tio Jake. Está feito o negocio. Mas o senhor não poderia começar pela quarta licção?

Apenas terminada a minha tarefa em defesa de Charleston, recebi uma carta que muito me alegrou. O general Armstrong convidava-me para, na distribuição dos premios, falar em nome dos estudantes diplomados. Eu não sonhava com semelhante honra. Preparei, pois, sobre a força que tri-