quando falamos do pai e quando do filho, daremos a este o nome do Leonardo, e acrescentaremos o apelido de pataca, já muito vulgarizado nesse tempo, quando quisermos tratar daquele.
Leonardo havia pois chegado à época em que os rapazes começam a notar que o seu coração palpita mais forte e mais apressado, em certas ocasiões, quando se encontra com certa pessoa, com quem, sem saber por quê, se sonha umas poucas de noites seguidas, e cujo nome se acode continuadamente a fazer cócegas nos lábios.
Já dissemos que D. Maria tinha agora em casa sua sobrinha: o compadre, como a própria D. Maria lhe pedira, continuou a visitá-la, e nessas visitas passavam longo tempo em conversas particulares. Leonardo acompanhava sempre o seu padrinho e fazia diabruras pela casa enquanto estava em idade disso, e depois que lhes perdeu o gosto, sentava-se em um canto e dormia de aborrecimento.
Disso resultou que detestava profundamente as visitas, e que só se sujeitava a elas obrigado pelo padrinho.
Em uma das últimas vezes que foram à casa de D. Maria, esta, assim que os viu entrar, dirigiu-se ao compadre e disse-lhe muito contente:
— Ora, afinal venci a minha campanha... veio ontem para o meu poder a menina... O tal velhaco do compadre de meu irmão não levou a sua avante.
— Muitos parabéns, muitos parabéns! respondeu o compadre.
Leonardo deu pouca atenção a isso; há muito tempo que ouvia falar da tal sobrinha; sentou-se a um canto, e começou a bocejar como de costume.
Depois de mais algumas palavras trocadas entre