Era um sábado de tarde; em casa de D. Maria havia um lufa-lufa imenso; andavam as crias e mais escravos de dentro para fora; espanava-se a sala; arrumavam-se as cadeiras; corria-se, falava-se, gritava-se.
A dona da casa trajava, fora do ordinário, um rico vestido de cassa bordado de prata, de corpinho muito curto e mangas de um volume enorme. Seja dito de passagem que a prata do bordado estava já mareada, e o mais do vestido um pouco encardido. Trazia ainda D. Maria um penteado de desmedida altura, um formidável par de rodelas de crisólitas nas orelhas, e dez ou doze anéis de diversos tamanhos e feitios nos dedos.
Luisinha trajava também um vestido que qualquer menos entendido na matéria desconfiaria que era filho legítimo do de sua tia; trazia um toucado de plumas brancas na cabeça e um rosário de ouro de contas mui grossas na cintura.
Acabavam de sair