longe, e em quatro pulos achava-se em casa de Vidinha, que o recebeu com um abraço, exclamando:
— Qual! aí está ele!
Um raio de alegria iluminou todos os semblantes, menos o dos dois irmãos rivais, que ficaram horrivelmente desapontados. As duas velhas tiraram da cabeça as mantilhas que já haviam tomado para dar providências sobre o caso. A presença do Leonardo foi uma aura benfazeja que espalhou as nuvens de uma grossa tormenta, que tendo começado a roncar quando Leonardo foi preso com aquelas palavras-foi malsinação-viera desabar de todo em casa, e prometia durar muito tempo.
Vidinha, tendo a princípio trocado com os primos algumas indiretas a respeito da prisão de Leonardo, julgara conveniente deixar-se de panos quentes, e fora direito a eles, como se diz, com quatro pedras na mão, atribuindo-lhes o que acabava de suceder.
Eles denegaram, e travaram-se com ela de razões. A princípio as duas velhas estavam ambas da parte de Vidinha, porém tendo esta atirado três ou quatro ditos fortes demais aos primos, a tia ofendeu-se, e tomou o partido dos dois filhos: a outra velha, mãe de Vidinha, protesta contra a parcialidade de sua irmã, e reforça ainda mais, acompanhada dos que restavam, o partido de Vidinha. Divididos e extremados assim os dois campos, com terríveis campeões de lado a lado, fácil é prever-se o que teria sucedido se o Leonardo não viesse tão a tempo para acalmar tudo.
Tomado pelo prazer de ver-se livre, nem teve ele tempo de fazer recriminações aos seus inimigos: já sabia com certeza quem fora a causa do que