parteira, beata e curandeira de quebranto; não tinha por isso muito tempo de fazer visitas e procurar os conhecidos e amigos. Assim não procurava o Leonardo muitas vezes; havia muito tempo que não sabia notícia dele, nem da Maria, nem do afilhado, quando um dia na Sé ouviu entre duas beatas de mantilha a seguinte conversa:

— É o que lhe digo: a saloiazinha era da pele do tinhoso!

— E parecia uma santinha... e o Leonardo o que lhe fez?

— Ora, desancou-a de murros, e foi o que fez com que ela

abalasse mais depressa com o capitão... pois olhe, não teve razão; o Leonardo é um rapagão; ganhava boas patacas, e tratava dela como de uma senhora!...

— E o filho... que assim mesmo pequeno era um malcriadão...

— O padrinho tomou conta dele; quer-lhe um bem extraordinário... está maluco o coitado do homem, diz que o menino há de por força ser padre... mas qual padre, se ele é um endiabrado!...

Nesta ocasião levantava-se a Deus, e as duas beatas interromperam a conversa para bater nos peitos.

Era uma delas a vizinha do compadre, que prognosticava mau fim ao menino, e com quem ele prometera fazer uma estralada; a outra era uma das que tinham estado na função do batizado.

A comadre, apenas ouviu isso, foi procurar o compadre; não se pense porém que a levara a isso outro interesse que não fosse a curiosidade, queria saber o caso com todos os menores detalhes; isso lhe dava longa matéria para a conversa na igreja, e para entreter