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O meu captiveiro entre
CAPITULO XLVI
De como Deus me fez um signal

Eu tinha armado uma cruz de pau ôco e a erguera em frente á minha cabana; ao pé della fazia minhas orações, sempre recommendando aos selvagens que a não arrancassem, pois isso lhes traria desgraça.

Desprezaram, um dia,, minhas palavras. Tendo eu sahido com elles á pesca, uma india arrancou a cruz e levou-a ao marido, que andava polindo um collar de conchas.

Este facto muito me contrariou. Logo em seguida começaram a cahir chuvas prolongadas, e vieram ellas á minha cabana para que eu rogasse ao meu Deus que as fizesse cessar, pois estava passando a epoca das plantações e a chuva os impedia de fazel-as.

Expliquei-lhes que o mal provinha da offensa feita ao meu Deus, com arranacarem a cruz deante da qual eu lhe falava.