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O meu captiveiro entre
CAPITULO VIII
De como sahimos do porto para procurar o a que pretendiamos ir

Quanto o vento nordeste soprou, levantamos ferro e aproamos para o porto que tinhamos em mira. Não pudemos reconhecel-o. Percebemos apenas que haviamos passado por elle; mas o sol encoberto não nos permittia fazer observações, nem o vento contrario nos permittia voltar.

Era pela manhã e estavamos em nossa reza matutina quando grossas nuvens se formaram ao sul. Antes de concluida a reza o nordeste serenou e principiou a soprar vento sul, apesar de não ser a epoca do anno em que elle reina. Veio acompanhado de tantos trovões e relampagos que ficámos seriamente amedrontados.

O mar encapellou-se; os dois ventos chocavam-se e erguiam vagas enormes; a escuridão fez-se tão profunda que pareciamos todos cégos. A tripulação