Nesse ponto, nenhuma alta sociedade sofre de um mal tão deprimente como é a consciência que o homem do mundo americano tem de que a sua jovem patrícia, bela e muitas vezes milionária, reputa o duque inglês ou o conde francês um ente superior a ele. Não é o título necessariamente o que constitui as vantagens do estrangeiro que telegrafa para Londres ou Paris o seu veni, vidi, vici, dias depois de Ter desembarcado; é em parte o prestígio, a sedução do mundo europeu e a idéia de que só excepcionalmente o americano chegaria a afinar-se com a sociedade inglesa, francesa ou romana, como ela, americana, se afina; mas é principalmente o tipo aristocrático de homem que exerce sobre ela essa fascinação desoladora para os seus compatriotas. Há famílias, e as haverá cada dia mais nos Estados Unidos, que são famílias patrícias, seja pela imensa riqueza, como os Astors e os Vanderbilts, pela magistratura consular que exerceram, como os Adams, os Hamiltons, os Jays, pelas gerações que representam de nomes conhecidos e de proeminência social, e é evidente que nessa aristocracia, que tende a ter o seu espírito de classe, a idéia de casamento com estrangeiro, ou de superioridade do estrangeiro, não pode ser senão a exceção. Mas em uma sociedade é preciso levar em conta o sentimento do grupo que atrai nela a maior soma de interesse público, não há dúvida que, no último degrau da sociedade