reunia em torno dele, resultou aquela bondade cativante, que foi o seu principal traço.

É para mim hoje uma causa de arrependimento e compunção o não ter tido como principal aspiração saciar-me, saturar-me dele, fazer do meu espírito uma cópia, um borrão mesmo, do que havia impresso e gravado no dele, quando mais não fosse, das notações que um instante retive, mas deixei apagar... Há lacunas que não me seria possível reparar...Estou-me lembrando agora dos grandes volumes encadernados que faziam companhia no degredo do escritório à duplicata dos velhos praxistas...Era a coleção dos periódicos em que colaborara ou que redigira no Recife... Estavam ali vinte anos de sua vida...Toda essa série dispersou-se, desapareceu... Porque não coincidiu o interesse profundo, incomparável, que tudo isso depois me inspirou com o tempo em que vivi ao lado dele? Este desejo de recolher os menores vestígios do seu pensamento, os traços mais fugitivos da sua reflexão, eu sempre era, na esfera em que ele produzia, pessoal, criadora, transformadora do assunto que tratava, só me veio quando já não podia recorrer a ele, pedir-lhe esclarecimentos, fazê-lo animar para mim aquela poeira com a vida que estava só nele, dar-me a chave, o espírito da época, o caráter, o alcance, a verdade real do que ali se representava, e de que só ele possuía as limitações, a escala, o padrão