e sentir por ele toda a admiração consciente, objetiva, de que sou capaz. Mas ainda assim o sentimento da sua superioridade no seu tempo foi para mim instintivo. Longe dele, na minha esfera intelectual independente, eu exprimiria muitas opiniões, diversas das suas, teria muito exagero da linha que ele levava; não haveria hipótese, porém, de não ceder eu à menor pressão que ele julgasse preciso exercer sobre mim, a uma persuasão que me quisesse incutir. A pretensão da mocidade, que se inspira em si mesma e decreta a sua infalibilidade, porque só vê o lado das coisas ao seu alcance, desapareceria sem hesitação a um apelo da sua ternura, a um toque da sua razão superior. Prouvera a Deus tivesse sido assim nos primeiros anos da curiosidade intelectual insaciável, quando primeiro travei conhecimento com a terra incógnita assinalada no mapa da fé como o limite da própria imaginação.

O espetáculo da sua devoção concorreu mais do que nenhuma outra influência para conservar durante anos intacta a minha crença; depois esta passou por grandes abalos, mas aquela impressão predominante fez-me sempre tratar o que me parecia essencial na religião como a esfera superior ou a fonte mais elevada da inspiração humana... Alguma vez, entretanto, pensando nele e na sua grande autoridade sobre mim, não deixei de sentir a vantagem que os