o liberal, serviço da ordem do que Gladstone prestou à causa irlandesa; Antônio Prado, que retirou o veto de S. Paulo à abolição, quebrando assim a resistência até então compacta do Sul, a porção mais rica do país, e João Alfredo, que levou o Partido Conservador a apresentar a lei da extinção imediata, ato que mesmo nessa época foi uma grande audácia, e que pelo estado e disposição geral da política só podia ter sido obra dele mesmo. José Bonifácio, cuja adesão à idéia foi um contingente igual à libertação do Ceará, Cristiano Ottoni, Silveira da Motta, e outros, eu os constaria na primeira classe, a dos propagandistas.

É-me quase impossível falar hoje da abolição senão por incidentes e figuras destacadas... Tudo o que digo é sob a ressalva de que teria muito mais que dizer; quando pronuncio um nome está subentendido que é apenas um de seu extenso calendário, e que os díticos de um e outro lado estão cheios... Quem fará dentre os contemporâneos essa história com imparcialidade, justeza e penetração, sem deixar entrar nela a paixão política, o preço sectário, a fascinação ou sujeição pessoal? Ninguém, decerto, o que quer dizer que haverá no futuro diversas histórias. A minha contribuição para o assunto há de ser o meu arquivo, e alguns fragmentos a respeito de diversos fatos em que estive envolvido ou de que tive conhecimento direto...