porque aquela desordem era infinitamente superior ao que a arte pudesse tentar... Ele achava a mais pobre e árida natureza mais bela do que os jardins de Salústio ou de Luiz XIV. Ah! Se tem sido ele o descobridor e possuidor da América, o machado nunca teria entrado nela... E o tição? Uma queimada era para ele igual a um auto de fé. O incêndio ao lamber essas resinas preciosas, essa seiva, esses sucos de vida, esse sem-número de desenhos caprichosos de artistas inexcedíveis cada um no seu gênero, modelos de cor e de sensibilidade todos eles únicos, parecia consumir com uma dor cruel, vibrante, todas as suas ligações sensíveis com a natureza e a vida universal, os nervos todos de sua periferia intelectual.
O seu amor pela nossa natureza foi muito grande. Quantas vezes introduzi em nossas conversas a idéia de uma viagem à Europa para ver se despertava nele afinidades esquecidas, recordações latentes. Toda essa parte européia, porém, estava morta, atrofiada; em vez dela o que havia, esta, vivaz e peregrina, era uma sensibilidade nova, americana, a brasileira... Era um eterno encantado da nossa terra. Ela lhe dizia o que a nós não diz, e que talvez seja preciso ter tido e renunciado por ela uma primeira encarnação, um outro mundo, para se poder sentir. Se nós brasileiros pudéssemos ter aquele amor! Esse perene envelhecimento de Tautphoeus foi