por hábito eu agora aspirava a viver em regiões de ar mais dilatado, onde se respirasse a unanimidade moral, a fé, o otimismo humano, o oxigênio das grandes correntes de ideal...

Demais, eu me convenci de que os partidos, os homens, as instituições rivais em uma mesma sociedade hão de ter o mesmo nível, como líquidos em vasos que se comunicam; de que o pessoal político é um só, os idealistas, os ultra, de cada lado sendo imperceptíveis minorias; por último, de minha inaptidão para lidar com o elemento pessoal, de que dependem em política quase todos os resultados... Era-me de todo impossível encontrar de novo em mim o impulso, o movimento, o ímpeto das nossas antigas cargas da abolição... Lutas de partidos, meetings populares, sessões agitadas da Câmara, tiradas de oratória, tudo isso me parecia pertencer à idade da cavalaria... Agora o menor problema político causava-me uma timidez invencível, tornava-se nacional, internacional, e todos convertiam-se em casos de consciência. Uma série de reflexões, que tomavam a forma de máximas políticas, eram outros tantos avisos de perigo sobre qualquer superfície desconhecida que eu quisesse pisar... Eu desistia assim de lidar de ora em diante com partidos e com acontecimentos; minha esfera tornara-se toda subjetiva... “Há épocas em que o associar-se, ainda mesmo com outros melhores do que nós, é trair o ideal próprio que