das suas associações de idéias, como se o passado todo da raça humana se lhe tivesse apagado da lembrança e ele devesse balbuciar de novo, soletrar outra vez, como criança, tudo o que aprendeu sobre o céu da Ática...
Em um soberbo livro espanhol, que faz honra à Sociedade de Jesus, Pequeñeces, romance de um padre jesuíta, que é um grande autor, L. Coloma, há um personagem que diz a cada instante – Usted me entiende. Todos nós temos algum conhecido que pontua as suas frases com esse fatigante entende? que os nervos de marquês de Paraná não podiam suportar. O entende? do indivíduo que quer forçar o ouvinte a nada perder do que ele diz, é muito diverso da fórmula habitual com que o imbecil marquês de Villamelon exprimia o que lhe faltava força para pensar. Há também pontos, idéias, modo de sentir que o escritor desejaria expressar por um lado Usted me entiende, levantando apenas a ele vagamente, sem nada precisar, de fato, sem nada dizer. Cada um de nós é só o raio estético que há no interior do seu pensamento, e, enquanto não se conhece a natureza desse raio, não se tem idéia do que o homem realmente é. Nesta confissão da minha formação política, devo, para não deixar ver somente a máscara, o personagem, dar uma espécie de fotografia dos símbolos que se imprimiram e reproduziram mais