com a romaria obrigada a Ferney, me colocavam no teatro literário, talvez o mais interessante da Europa moderna, depois de Weimar, porque Clarens é o cenário da Nova Heloísa, e está cheio de eloqüência de Rousseau; Ferney, o dos últimos anos de Voltaire; Coppet, o da realeza de Corinna com a sua corte vinda de Paris, da Alemanha, da Itália, não esquecendo lorde Byron. Mais do que tudo, porém, nessa faixa de terra que liga intelectualmente o século XVIII ao século XIX, o que me teria prendido eternamente a Ouchy, se eu dispusesse de algumas eternidades nesta vida é o lago, o seu corte, a sua moldura.

O mês de Fontaneibleau tem outra explicação: não é o castelo e a floresta só por si o que me prende; é que volto da Inglaterra, tendo pela primeira vez falado inglês com todo o mundo, fascinado por Londres, tocado de um começo de anglomania, que foi a doença da sociedade em França, e, portanto, até isso, acusa a construção francesa do meu espírito, e Fontaneibleau, com o repouso dos seus jardins simétricos, a frescura de suas águas e das suas sombras, a tranqüilidade do seu silêncio, era o mais admirável retiro que eu podia querer nesse mês da minha vida, que posso chamar do mês de Thackeray. Foi esse o claustro ideal em que, fechado com Vanity Fair, Pendennis, The Newcomes, não sei o que mais, sem dicionários, adivinhando o que não podia