uma porção de papéis, prontos para a assinatura do ministro, aproxima-se dele e, inclinando-se, pergunta-lhe com a maior deferência e naturalidade: “É ao novo governo que tenho a honra de dirigir-me?”

Era esse conservatismo que pelo órgão, principalmente, de Thiers fundava então a Terceira República; o mesmo que não deixou ainda divorciar-se dela o espírito da burguesia liberal – espírito a que se pode chamar Centre-Gauche –, nenhum analista negará que a quintessência desse conservatismo fosse monárquica, mais sinceramente monárquica do que o espírito de fronde das côteries restauradoras.

Essa primeira grande escola estrangeira em que aprendi, não me podia fazer republicano de sentimento, como não fez republicano de sentimento a nenhum dos seus fundadores, como não fez, nem faz, republicanos aos liberais conservadores ingleses, ou às testas coroadas da Europa, que, sem má vontade à França, preferem a República à Realeza ou ao Império; como não faz republicano ao papa, que protege poderosamente o atual sistema francês. O grande efeito sobre mim daquela atitude de Thiers e dos parlamentares da Monarquia de Julho era dar-me uma grande prova experimental de que a forma de governo não é uma questão teórica, porém prática, relativa, de tempo e de situação, o que