lenda pessoal de Jesus. Pelo espírito, posso dizer que habitei longos anos, da Praia do Flamengo, as bordas solitárias e silenciosas do lago de Genezareth. Em crítica literária, achava-me todo imbuído de Sainte-Beuve, Taine, Scherer, ainda que deste último, de quem falarei, não tanto como depois que o conheci. Em poesia, tinha passado de Lamartine para Victor Hugo, o de Hernani quase exclusivamente, e de V. Hugo para Musset, como devia depois de passar de Musset para Shelley, de Shelley para Goethe, escala em que parei, mas onde não espero morrer, porque tenho diante de mim o Dante..., o que não quer dizer que não tenha nos ouvidos a ressonância das grandes rimas novas de um Banville, e não admire um cinzelado dos fortes relevos de José-Maria Heredia. Em prosa, Chateaubriand e Renan dividiam o império com Cícero, cujas cartas são talvez o livro mundano que eu levaria comigo, se tivesse que ficar encerrado em uma ilha deserta. A frase, a eloqüência, o retrato e a encenação histórica de Macaulay foi também uma influência permanente que se imprimiu em meu espírito; hoje eu teria que acrescentar Mommsen, Curtius, Ranke, Taine, Burkhardt. Quanto ao romance, que é a imaginação abrangendo e modelando a vida, eu ficaria sob a impressão de Jules Sandeau; vivia à sombra dos seus castelos antigos reconstruídos pela moderna burguesia entre as duas sociedades, a