parecem-me de muda, e eu o aguardo na época em que a mocidade tiver gastado a sua violência e ele entrar no bosque das Musas levando o silêncio e a tranqüilidade na alma. “Ele ensinou-me, disse Goethe falando de Oeser, que a beleza é simplicidade e repouso, do que se segue que nenhum jovem pode tornar-se um mestre.” De Murat esperarei para falar que primeiro ele encontre o seu Oeser. Tome-se Bilac, porém. Basta ler a Profissão de Fé em Panóplias, para ver que o verso nasceu com ele, que não é um esforço, um trabalho, mas a expressão livre, franca, natural do pensamento:
Invejo o ourives quando escrevo;
Imito o amor
Com que ele em ouro o alto relevo
Faz de uma flor.
Não me cabe inquirir se o artifice se cingiu sempre em sua obra às regras do ofício, que tão perfeitamente esculpiu; o buril da rima, porém, está em sua mão e ninguém se pode enganar sobre a espécie de metal que ele é digno de lavrar.
O fato que eu queria assinalar, é somente que contraí em França neste ano de 1873-74 a aspiração de autor, a qual se desenvolveu a contato de grandes espíritos da época, que me acolheram como eu podia desejar, especialmente Renan, Scherer, George Sand.