Sophia


Foi na sala branca, de leves listrões d'ouro, que eu a vi interpretar um dia ao piano Mendelsohn, Schumann, as fugas de Bach, as synphonias de Beethoven.

Tinha um nome biblico, lembrando palmeiras e cisternas: chamava-se Sophia.

Era alta, de uma brancura de hostia, como certas aves esguias que os aviarios conservam e que ahi vivem n'um grande ar dolente de nostalgia de sélvas, de mattas cerradas, de sombrios bosques.

Nervosa, de um desdem fidalgo de fria flôr dos gelos polares, e triste, trahia a Arte aquele altivo aspecto, a orgulhosa