E, de repente, não sei por que profana, tentadora sugestão, vi nitidamente Nossa Senhora descer aos poucos do altar, branca e muda, arrastando u manto estrelado, e, vindo anelante para mim, de braços abertos, dar-me, com os olhos claros de azul, profundos e celtas, infinitas, inefáveis promessas...

Ah! naturalmente eu sonhara acordado, porque Tu, durante este meu sonambulismo de sátiro lascivo, subitamente entraste, trêfega, com vivacidade de pássaro, no templo iluminado; e eu então logo senti que os lindos olhos claros de azul que virginalmente se encaminharam para os meus, na ardência de um desejo, eram, por certo, os teus olhos, sempre meigos, sempre amorosos, ó luz, ó sol, ó esplendor dos meus olhos!