chegam-me diariamente. Examino-os e devolvo-os ao meu belchior. Já li muito, meu caro. Hoje prefiro pensar. Entretanto, de vez em vez surgem livros que me seduzem. O ultimo que teve esse condão foi este, disse Mr. Slang, abrindo uma gaveta e tirando uma brochura nacional.
Reconhecia-a logo. Era a "Terra Deshumana", de Assis Chateaubriand.
— Bravos! exclamei. Tambem li esse terrivel libello e muita curiosidade tenho de ouvir a sua opinião a respeito.
— Depois. Agora só quero accentuar o facto desta pequena brochura ter-me custado 8.000 réis. E' caro. O gráo de cultura de um paiz mede-se pelo preço dos seus livros.
— A vida no Brasil é cara; tudo é caro entre nós. Paiz novo...
Desta vez Mr. Slang não sorriu como de costume, antes gargalhou, descompassado, com grande desapontamento meu. Espantou-me aquelle excesso em homem tão commedido.
— Paiz novo! repetiu Mr. Slang. Vejo esta razão apresentada muito amiude, como uma das formulas, uma das phrases feitas do brasileiro. Já meditou sobre ella? O Brasil é velho, meu caro, é um dos povos mais