MULHERES E CREANÇAS
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a linguagem mais propria para o convencer e dominar; precisa de ser, junto de seu marido um auxiliar proficuo com que elle conte, uma intima e fiel alliada, que o ajude a conservar dignamente a posição que herdou dos seus avós ou que conquistou com o braço e com o pensamento.

A outra, n’uma esphera que é inferior á da primeira, segundo o ponto de vista social, mas que de feito lhe é superior, porque inclue mais altos e mais complexos deveres — a outra precisa de descer com seu marido á arena onde combatem os modernos trabalhadores, precisa de lhe ser em tudo e por tudo ajuda, guia e conselho, precisa de acceitar para si terriveis responsabilidades, para as quaes nenhuma lição a preparou!

Dir-me-hão que[1] o nivelamento democratico das modernas sociedades dá a todos os mesmos direitos, porque dá a todos os mesmos deveres; que a mãe opulenta e nobre que cria suas filhas nos fôfos ocios da riqueza não sabe se em breve terá de vel-as curvadas ao peso da maxima miseria, assim como a mulher de um humilde empregado não sabe se verá sua filha ascender a uma prospera e brilhante posição, elevada por um d’esses casamentos que são vulgares, como d’antes eram raros.

D’accordo, meus senhores; mas essa hypothese

  1. "Dir-me-hão quo" no original, erro tipográfico.