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MULHERES E CREANÇAS

Um rez de chaussée muito commodo e quatro contos de réis de rendimento! eis o minimo a que hoje aspiram nas suas suspirosas alegrias os pretendentes mais positivistas da nossa quadra utilitaria e mercantil.

Mudou a tal ponto o coração humano, que já os sinceros e impetuosos sentimentos não possam acclimatar-se n’elle?

Isto caminha n’uma tal e tão rapida decadencia, que tudo que era bom, honesto, sincero no amor, tenha fugido assustado para outras regiões ainda inexploradas?

Sinceramente não o acreditamos.

Em primeiro logar, em todas as épocas e em todos os paizes, o desinteresse absoluto, o completo desprendimento dos bens da terra, foi cousa muito rara, e muito para notar-se com espanto.

Que o digam os claustros sem conto, povoados de pallidas monjas juvenis, que o mundo expulsava do seu seio, por não têr que lhes dar nenhuma das alegrias naturaes que são o apanagio mais caro da mulher!

Se alguma differença temos que apontar são as conquistas alcançadas pela familia, nos terrenos que até aqui usurpara o egoismo e a ambição do homem.

Mas, admittindo mesmo que se accentue na nossa época, com uma certa força o interesse pessoal, que