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MULHERES E CREANÇAS

n’uma especie de hospedaria, em que se reune uma duzia ou mais de familias.

Ás horas da refeição agglomera-se em torno da meza aquella multidão de indifferentes que mal se conhecem; comem á pressa absortos em preoccupações de ordens diversas que ainda mais os separam e os distanceiam.

A comida feita sem amor, sem solicitude, sem o cuidado que inspiram á boa mãe e á boa esposa as predilecções dos filhos e do marido, a hygiene da familia, a economia do lar, não tem para nenhum dos commensaes nem alegria nem sabor.

Comem como quem cumpre uma obrigação indispensavel e enfadonha, e d’alli partem para a faina, para o trabalho sem treguas, para a lucta acerba e pertinaz.

Nem um momento de repouso ou de tranquillo devaneio.

A vida é o trabalho; o tempo é mais do que dinheiro, é sangue.

A existencia dos americanos é uma existencia de operario, tressuada, esmagadora.

Todos querem conquistar a sua porção legitima de abundancia ou mais ainda, de riqueza.

Para que?

Para terem bem firme a consciencia de que a mereceram.