Mães, arrancae ao vestuario dos vossos filhos tudo que fôr vaidade, falso luxo, ostentação ridicula!
A graça das creanças consiste na plena expansão da sua vitalidade; o luxo d’ellas está no doce aroma de infancia que de si exhalam, e que falla de aceio, de pureza, de carinho materno, que revela — aos que sabem ver — as matinaes e frescas alegrias do banho, as risadas crystallinas como perolas que se desfiam, os gritinhos infantis, as fugidas subitas, todo esse poema, que ninguem traduz, de um bando de pequeninos corpos, feitos de leite e rosas, com cabelleiras louras por aureola, que uns braços amorosos amparam, susteem, acariciam, em quanto que um sorriso meigo e pensativo illumina em clarões de limpidez ideal, uma bocca que só sabe abençoar, uns olhos de mãe, que nunca desamparam nem desfitam o tepido ninho das suas doces aves implumes.