do povo que ganha com o suor do rosto ao lado do homem, o pão que os filhos hão de comer á noite, tem sobre ti superioridade moral incontestavel.
Julgas-te instruida e não tens no teu pequeno cerebro recheiado de insignificancias bonitinhas, a noção mais elementar dos milhões de cousas que precisas de saber para estares em harmonia com o teu tempo, para educares dignamente aquelles em cujas mãos estão os destinos de ámanhã.
Julgas-te virtuosa e não pratícas nem concebes sequer nenhuma d’aquellas virtudes sãs que são a dignidade, o imperio e a força da mulher.
Julgas-te religiosa e cada uma das tuas praticas acanhadas, cada um dos teus preconceitos mesquinhos te aparta da verdadeira religião que allumia e esclarece os fortes.
Julgas-te boa esposa e boa mãe e vives sósinha n’um mundo teu, povoado de phantasias morbidas, onde teu marido e teus filhos não penetram; não tentas acompanhal-os, consolal-os, comprehendel-os; nunca te veio á idéa que a mãe de familia precisa de viver no coração dos seus, identificada completamente com elles, para ser digna d’este sagrado nome!
Se alguem lhe dissesse isto ella julgaria ouvir fallar uma lingua estranha, ou rir-se-ia com desdenhosa incredulidade.