MULHERES E CREANÇAS
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De quantas coragens mais que viris precisa de compor-se a fraqueza maternal!


Mas nenhum d’estes vagos pensamentos que eu deixo aqui tão mal expressos te diz quaes são as occupações em que levo os meus dias!

Meu Deus! e olha que acordo cedo!

Ainda bem a cotovia não deixa ouvir a sua alegre voz matinal, ainda bem o gallo não atrôa os campos com o seu grito estridulo de combate, que é um convite impetuoso para o trabalho, já a voz do meu filho me acorda tambem a mim.

Que penna póde contar as delicias d’aquelle despertar! Os risos, as negaças, os beijos, e o modo malicioso com que elle deitado nos meus braços e depois de fartar as exigencias do pequenino estomago, larga o seio para me sorrir com os beicinhos tintos de leite, e torna de novo a pegar-lhe para saborear voluptuosamente, lentamente o que já não tem vontade de engulir com a avidez deliciosamente glutona da infancia.

Vem depois o banho, o banho que é um poema!

Está alli a grande bacia de agua tepida, e emquanto o dispo, elle salta e ri, e deita-se para traz e namora a transparencia da agua, até ao instante em que mergulha emfim entre risadas de crystal que me echoam no coração.