MULHERES E CREANÇAS
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N’esse empenho me fugiu a mocidade. Por elle, pelo meu adorado ingrato me esqueci de tudo que fôra meu!

E hoje elle partiu; partiu risonho, triumphante, orgulhoso como um rei, sem se lembrar que onde vira até alli sua mãe, deixava uma triste condemnada!...

E ha quem falle por ahi em ciumes romanescos, em ciumes ephemeros, em ciumes d’um instante! Qual ciume poderá comparar-se a este que me está dilacerando o peito?

Oh! Luiz! oh! meu amor! oh! minha solidão!...



Na ultima vez que te escrevi estava louca, minha velha amiga.

Nunca está só quem ama, e espera, e crê em Deus, e semeou o bem no seu caminho.

Veio lembrar-me tudo isso n’essa hora de amarga revolta que passou, o querido companheiro de toda a minha vida, o meu honesto guia, aquelle que partilhou commigo todas a sublimes responsabilidades que ha no amor dos paes.

Já sou avó minha amiga, o meu Luiz é já pae.

Nas alegrias d’elle vejo reflectidas as alegrias extinctas, cujo aroma vago perfuma a minha alma de uma saudade ineffavel.