MULHERES E CREANÇAS
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A mocidade da mulher é forçosamente curta. Aquella que se compenetrar sensatamente d’esta idéa, o que deve fazer para attenuar a amargura?

Preparar-se com dignidade, com resignação, diremos mesmo com alegria para esse longo supplicio da mundana, que se chama velhice.

O homem, desenvolvendo em muito mais larga escala e de um modo muito mais variado a sua actividade complexa, póde gosar até á mais avançada edade dos prazeres que por assim dizer mais apreciou.

A ambição, as luctas da politica, as lucubrações da sciencia, as argucias da diplomacia, as investigações da historia e da critica, e mesmo os gosos ardentes da arte.

Vejam-se Gœthe, Miguel Angelo, Hugo, Beethoven, Talleyrand, Thiers e tantos e tantos mais.

A mulher de hoje, a mulher educada por este acanhado ideal que a domina, funda o seu fragil poder nas graças fugitivas da sua formosura, no encanto juvenil da sua vivacidade, na sua elegancia, no seu riso frivolo e pueril, no esplendor radiante do seu luxo, na sua convivencia inutil e perfumada como a das flôres!

Um dia alveja-lhe na massa fulva, cendrada, ou