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"Dom Paez",


JURY, hontem. Accusei um pobre mulato victima de todas as más heranças do sangue, irresponsabilissimo. Accusei-o, defendendo-o e consegui que o absolvessem.

Emquanto se desenrolava a estafante leitura do processo, e o mais, puxei do bolso e li á socapa (se o soubessem!...) o "Dom Paez", de Musset. O tempo, assim alliviado, correu em deslise macio, e todo me lavei da sordida impregnação do ritual judiciario no banho rythmico daquelles deliciosos versos.

...la main caresse
les seins étincelants d'une folle maî-

tresse.

Só me despedi desse ambiente de belleza para tomar do libello e remoer as tolices da praxe em estylo opposto ao de Musset — unico adequado aos doze paxvobis que iam julgar.