13

visão, e esporeada pela imaginativa, a intelligencia "comprehendeu e quiz saber". Que menino, após a leitura de Keraban, o cabeçudo, não corre expontaneamente a abrir um atlas para ver onde fica o Bosphoro?

A intelligencia só entra a funccionar com prazer, efficientemente, quando a imaginação lhe serve de guia. A bagagem de Julio Verne, amontoada na memoria, faz nascer o desejo do estudo. Supportamos e comprehendemos o abstracto só quando já existe material concreto na memoria. Mas pegar de uma pobre creança e pol-a a decorar nomes de rios, cidades, golphos, mares, como se faz hoje, sem este preparo da intelligencia por intermedio da imaginação, chega a ser criminoso. E', no entanto, o que se faz!... A arte abrindo caminho á sciencia: quando comprehenderão os pedagogos que o segredo de tudo está aqui?