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Inda na surpreza, titubiei:

— 89 ..

O preto não se atrapalhou.

— 88, não foi mesmo? concertou elle, affirmando perguntativamente.

Cahi em mim e confirmei-lhe o asserto, corrigindo-me:

— E' isso mesmo, 88. 13 de Maio de 88.

— Ahi está! exclamou o preto para o contendor, que não vi, mas vislumbrei sentado a um canto sombrio. O senhor veio decidir uma "questã” que durava ha meia hora. Muito obrigado.

Sahi a philosophar sobre a estranha força das convicções. O negro, com o seu affirmar interrogativo, fôra quem decidira da contenda, mas deu-me as honras de arbitro e lá deixou o adversario esmagado pela sentença que me forçou a proferir.

As nuanças infinitas da arte de affirmar...