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A victoria da côr amarella, o desanimo, as attitudes fakirianas, o ar boçal, o ar resignado, o ar vencido.

Um negro, sentado á beira da cama, tinha a cara nas mãos e os cotovellos fincados nas rotulas. Perfeita esphinge de ebano cujo negror só quebravam dois olhos grandes, muito brancos, de vago olhar fatalista. Ao ver-nos, moveu-os apenas e logo os baixou, indifferente.

Em todos os leitos, espectros, sombras de creaturas immobilizadas em posições morbidas, á espera da saude.

Esperar o regresso da saude, a lenta volta da desertora...

Fazem-no como quem olha para o relogio e acompanha o movimento dos ponteiros.

Aquella colmeia de infelizes vive para o tempo, contando o tempo, marcando o tempo, vendo, sentindo, esperando passar o tempo...