museu do grã-duque de Toscana, explica a um numeroso auditorio sob o portico de Lanzi, em Florença, com mais proficiencia do que o fizera Demspter, no seculo antecedente, os idiomas e os monumentos da Italia, anteriores á fundação de Roma.

O descobrimento das ruinas de Herculanum deixára ajuizar de alguns usos e costumes dos romanos ainda mal conhecidos. Porém quando em 1755 se começou a levantar a espessa mortalha, que envolveu Pompeia em seu leito de morte durante 17 seculos, fazendo surgir do sepulchro uma cidade romana com as suas praças, ruas e casas guarnecidas e adereçadas interiormente, como na hora fatal em que as cinzas do Vesuvio a sepultaram no anno 79 da era christã, revelou-se aos olhos absortos dos antiquarios a vida publica e privada do povo romano com todos os seus usos e costumes, pois que só então foi bem conhecida uma infinidade de coisas e circumstancias, que eram inteiramente ignoradas.

Accentuando-se cada vez mais os progressos da archeologia, o abbade Barthelemy, francez, reedifica a Grecia de Pericles, e Jorge Zoega, antiquario dinamarquez, começa a erguer o veu que occultava á sciencia o antigo Egypto. Napoleão Bonaparte emprehende a conquista d'este paiz, e as aguias francezas triumphantes abrem ignotos caminhos á archeologia, e patenteiam-lhe um immenso thesouro de preciosas reliquias da mais remota antiguidade. Vivant-Denon reproduz com o seu lapis habil e delicado, os soberbos monumentos do imperio dos Pharaós, e copía com escrupulosa exactidão, dos muros ennegrecidos pelo embate de tantos seculos, esses mysteriosos caracteres, que encerram, sob mil fórmas emblematicas, senão os annaes, a vida intellectual do antigo povo egypcio.

D'entre um grande numero de sabios, que illustram a