Lisboa, Porto e Evora, diversidade de objectos archeologicos e artisticos, que se estivessem reunidos formariam uma collecção mui curiosa, e de certa importancia. Tambem são dignas de menção as collecções de fosseis, instrumentos e utensilios prehistoricos da secção geologica, no edificio do extincto convento de Jesus.



Pois que fui mais prolixo do que desejava no quadro historico, que fica traçado, procurarei ser conciso nas noções geraes da sciencia archeologica, noções que mr. Du Caumont julgou desnecessario explicar n'este livro.

A archeologia é a sciencia que tendo por fim, como o indica o seu nome, o estudo da antiguidade, nos ensina a conhecer o viver dos povos antigos por meio do exame e apreciação dos monumentos, que nos deixaram, e de todos os objectos, que d'elles nos restam como manifestação do seu engenho e do seu trabalho.

A historia narra os successos, indica-lhes as causas, e aponta-lhes as consequencias. Julga do caracter e indole dos povos, e dos individuos que mais se assignalaram; e trata dos monumentos, como provas que mostram o seu desenvolvimento intellectual e industrial, e tambem como testemunha d'aquelles successos.

A archeologia examina attentamente todos os productos materiaes, que os antigos povos nos legaram, e d'esse estudo minucioso, comparativo e philosophico, faz resaltar o conhecimento das idéas, da religião, dos usos e costumes, do desenvolvimento industrial e artistico, emfim do viver dos povos, aos quaes esses productos pertenciam.

Portanto a archeologia faz importantes serviços á historia, não só esclarecendo-a, com a luz que derrama onde tudo