Plinio diz-nos que empregavam o vidro nos mosaicos das abobadas e das paredes, advertindo que este uso era recente, comparativamente com o dos mosaicos de pedra ou barro cozido. Achâmos na villa rustica romana, descoberta por nós em Leiria, duas casas com mosaicos d'este ultimo modo, e outra de argila cozida.
Telhas e telhados.—Os telhados das casas romanas eram formados de telhas chatas de grande dimensão, mais compridas que largas com um resalto sobre os dois lados: assim como havia telhas curvas similhantes ás dos telhados modernos.[1] As primeiras adaptavam-se umas ás outras pelas extremidades que não tinham resalto; as segundas ligavam-se entre si no sentido da inclinação do telhado, ficando em fiadas parallelas as telhas chatas e para cobrir as juntas e evitar a infiltração das aguas da chuva.
Os fragmentos das telhas com resalto tem resistido quatorze seculos á acção destruidora dos elementos, e das pancadas do arado; encontram-se espalhados e enterrados em grande quantidade em quasi todos os logares onde existiram construcções romanas.
Em fim, estes restos são o melhor indicio para o reconhecimento das regiões antigamente occupadas pelos romanos.
Pontes
As pontes, obra de tamanha utilidade, tornam-se mui notaveis pelas suas ousadas dimensões. Existem presentemente poucos vestigios d'ellas: o maior numero ficou destruido, pela força das correntes, ou reconstruido em diversas épocas e alterado na primitiva construcção. Podemos apenas citar poucas das compostas na época romana.
Nas pontes, como em outros monumentos gallo-romanos e luso-romanos, empregou-se o grande apparelho, e muitas vezes de alvenaria com argamassa (empleton) revestido de pequenas pedras symetricas (opus incertum).
- ↑ Como foi descoberto, n'este anno, no Outeiro de Ferreira de Zezere um forno romano, tendo dentro telhas curvas com lavôres.