carros, ova ad metas curriculis numerandis, e sete delphins postos em pedestaes, ou em architrave sustentada por columnas. Os delphins tinham sido escolhidos em veneração de Neptuno, porque se suppunha serem estes os animaes mais ageis do mar. Nas duas extremidades, e na parte exterior da spina, havia sempre tres pyramides firmadas na mesma base, e servindo de ponto de limite. Era junto d’estes marcos (metœ) que os carros deviam voltar para as extremidades do circo, evitando tocar no marco. O ponto de partida era collocado de modo que os concorrentes tinham sempre á esquerda a spina e os marcos.
Os conductores de carros (aurigæ) traziam um vestuario como especie de librés de côres differentes e formavam partidos ou facções. Primeiramente houve quatro librés: a branca, alba; a encarnada, russea; a azul, veneta, e a verde, prasina. O imperador Domiciano juntou a estas mais duas: a purpura, purpurala; e dourada, aurata.
Quando os espectadores se enthusiasmavam faziam apostas para que alcançasse triumpho outra facção, ou côr. Tempos depois, as côres usadas nos circos deram logar a formarem-se verdadeiras facções politicas, a que pertenciam milhares de cidadãos.[1]
Naumachia. — Suppõem-se que os circos serviam ás vezes de naumachia. A naumachia era para a simulação de combates navaes, que se davam em grandes caldeiras cheias de agua, rodeadas de construcções análogas ás dos circos; todavia, concebe-se difficilmente como um circo podia estar apropriado para este genero de divertimentos sem grandes inconvenientes e sem obras preparatorias. A transformação da area dos circos em lagos devia acontecer raras vezes, porque em algumas cidades mandavam abrir lagos apropriados para os combates navaes.
- ↑ No tempo do imperador Justiniano houve uma luta entre a facção verde e azul, em que pereceram 40:000 homens. Depois d'este horrivel acontecimento ficaram abolidas as côres.