machado na cabeça de minha mulher, que cahiu morta no meio do sólo, sem soltar um gemido.
Apenas commetti aquelle horrivel assassinio, comecei immediatamente, com todo o sangue frio a meditar sobre o meio de esconder o corpo. Não podia fazel-o desapparecer de casa, nem de día nem de noite, sem correr o risco de ser observado pelos vizinhos. Atravessaram-me o espirito differentes projectos. Primeiro, tive idéa de cortar o cadaver em pedaços e de os destruir pelo fogo, em seguida, lembrei-me de fazer uma cova no subterraneo e enterral-o alli; depois pensei em deital-o no pôço do pateo; depois, ainda, passou-me pela imaginação mettel-o n'um caixote, como se fosse uma mercadoria, e mandal-o para fóra de casa. Finalmente, fixei-me n'um plano, que me pareceu o melhor de todos. Resolvi entaipal-o na parede do subterraneo, como os frades da Edade Média entaipavam, dizem, as suas victimas.
O subterraneo parecia feito de proposito para tal designio. As paredes eram ligeiramente construidas e tinham levado, havia pouco tempo, novo reboco, que a humidade da atmosphera não tinha ainda deixado endurecer. Além d'isso, havia uma saliencia n'uma das paredes, produzida por uma chaminé falsa ou lareira, que tinha sido tapada e coberta de pedra e cal, exactamente como o resto da parede. Pareceu-me que facilmente deslocaria os tijolos, n'aquelle logar, para lá introduizir o corpo e que depois, tapando tudo do mesmo modo, ninguem poderia alli descobrir nada de suspeito.
Effectivamente, não me enganára nos meus calculos. Com o auxilio de um alicate, desloquei os ladrilhos, com pouco trabalho, e depois de ter cuidadosamente encostado o corpo á parede interior, tornei a reconstruir tudo como estava. Depois, com todas as precauções imagina-