O CORVO
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sendo destinada a penetrar todo o conto que as precede. Pela primeira vez apparece no verso a corrente subterranea:

"Arranca o teu bico do meu coração e precipita o teu espectro para bem longe d'este quarto!" O corvo disse: "Jámais."

As palavras do meu coração encerram a primeira expressão metaphorica do poema. Estas palavras com a resposta Jámais dispõem o espirito a procurar um sentido moral no conto desenvolvido anteriormente. O leitor começa então a considerar o corvo como emblematico; mas é só no ultimo verso da ultima estancia que lhe é dado vêr distinctamente a intenção de fazer do corvo o symbolo da Lembrança funebre eterna.

"E, immutavel, continua sempre empoleirado no pallido busto de Pallas, por cima da porta do meu quarto. Os seus olhos, com um brilho demoniaco, parecem pensativos; a luz da minha lampada projecta a sua sombra sobre o solo, e além do circulo d'esta sombra, que jaz fluctuante sobre o solo, a minha alma não poderá elevar-se — jámais!"