rainha dos ares — que lhe importão sarcasmos do verme estúpido? Ri delles, e se baixa-se a ouvil-o é para esmagal-o. A satyra de Byron e o fundo do painel do Caravaggio fizerão-lhes justiças a essas audacias loucas.

Qual Homero que não tivesse o seu Zoílo ?

Qual poeta grande ou pequeno que não tivesse um desses escrevedores de regras, La Harpes assobiados nos theatros, pifios rimadores, como dizia Gilbert, tombés de chûte en chûte au throne académique, que lhes profanasse os sonhos?

E pois consolar-me-hei de optima mente com as criticas. — Se os grandes as ouvirão, porque queixar-me? Não é dos jasmineiros chamar os reptis? Não é das doçuras chamar os insectos?


A missão do poeta como eu disse no começar esse preâmbulo é o bello. Assim pois — o único juízo de que damos ao leitor competência sobre esses versos soltos e rimados que ahi vão, é sobre sua belleza ou não.

Se achal-os conforme com o fim da poesia — bom será — Senão...

Poucas couzas ha ahí no mundo que olhadas de certo modo não tenhão o seu que de poético: se ainda ahi ha tanta flor solteira de poeta — é que elle ainda virá, o seu vate, para descantar-lhe as bellezas.