Cantos doces de amor que affogam beijos
D'ardentes lábios — e nevados seios
Rociados de suor tremendo ancejos,
Languidos olhos transbordando enleios,
Vestes soltas no ardor d'ébrios desejos,
Abertos lábios a matar receios —
Mulheres e a embriaguez das taças bellas
Que não ha a escolher a melhor dellas.
……………
E após ébrio de vinho e amor num leito
Molle e juncado de macias flores
Jazer com a mais querida — peito a peito
No lábio o lábio della — as vivas cores
Ver desmaiar-lhe num beijar desfeito,
No seio delia respirar amores...
Vida, ó madido sonho, de teus gozos
Quaes mais fortes, mais longos, mais formosos?!

II

«Eu amo em luzes sem fim
O deslumbrante festim ;
Uma voz a descantar
Por uns lábios de grenalda;
Nas frontes rozea grinalda —
— Cheias taças d'esmeralda
De Johannisberg a brilhar!

E entre requebros da dança
Quando o peito oftega e cansa
Da walsa ao longe soar,