esquina da rua, de chapéu para a nuca, trauteando o Hino do Trabalho.
João Eduardo, só, abalou logo para a Rua da Misericórdia. Ao chegar à porta da S. Joaneira, apagou com cuidado o cigarro na sola do sapato, e deu um puxão tremendo ao cordão da campainha.
A Ruça veio, correndo.
— A Ameliazinha? Quero-lhe falar!
— As senhoras saíram, disse a Ruça espantada do modo do Sr. Joãozinho.
— Mente, sua bêbeda! berrou o escrevente.
A rapariga, aterrada, fechou a porta de estalo.
João Eduardo foi-se encostar à parede defronte, e ficou ali, de braços cruzados, observando a casa: as janelas estavam fechadas, as cortinas de cassa corridas; dois lenços de rapé do cônego secavam embaixo na varanda.
Aproximou-se de novo e bateu devagarinho a aldrava. Depois repicou com furor a campainha. Ninguém apareceu: então, indignado, partiu para os lados da Sé.
Ao desembocar no largo, diante da fachada da igreja, parou, procurando em redor com o sobrolho carregado: mas o largo parecia deserto; à porta da farmácia do Carlos um rapazito, sentado no degrau, guardava pela arreata um burro carregado de erva; aqui e além, galinhas iam picando o chão vorazmente; o portão da igreja estava fechando; e apenas se ouvia o ruído de marteladas numa casa ao pé em que havia obras.
E João Eduardo ia seguir para os lados da alameda - quando apareceram no terraço da igreja,