vizinhança e ao Sr. Palma do Ministério das Obras Públicas, que conhecia toda a gente, mas nada averiguara. Havia, sim, um Joaquim Eduardo que tinha uma loja de quinquilharias no bairro... E se fosse o negócio com ele bem ia, que era um homem de bem...
— Lérias! lérias! interrompeu o cônego impaciente.
Resolveu-se ele então a escrever. E instado pelo padre Amaro (que não cessava de lhe representar o que a S. Joaneira e ele mesmo, cônego Dias, sofreriam com o escândalo) chegou a autorizar ao seu amigo da capital as despesas necessárias para empregar a polícia. A resposta demorou- se, mas veio enfim, prometedora e magnifica! O hábil polícia Mendes descobrira João Eduardo! Somente não lhe sabia ainda a morada, avistara-o apenas num café; mas em dois ou três dias o amigo Mendes prometia informações precisas.
O desespero dos dois sacerdotes, porém, foi grande quando, daí a dias, o amigo do cônego escreveu que o indivíduo, que o hábil polícia Mendes tomara por João Eduardo, num café da Baixa, sobre sinais incompletos, era um moço de Santo Tirso que estava na capital a fazer concurso para delegado... E havia três libras e dezessete tostões de despesa.
— Dezessete demônios! rugiu o cônego, voltando-se para Amaro furioso. E no fim de contas foi o senhor que gozou, que se refocilou, e sou eu que estou aqui a arrasar a minha saúde com estas andadas, e a fazer desembolsos desta ordem!
Amaro, dependente do padre-mestre, vergou os ombros á injúria.