que somos nós sacerdotes de Cristo? Para exaltar os humildes e derrubar os soberbos.
Dali, Amaro foi ver D. Maria da Assunção - que já se erguera também - que lhe fez a história da sua bronquite e a enumeração dos últimos pecados: o pior era que, para se distrair um bocado na convalescença, recostava-se por trás da vidraça, e um carpinteiro que morava defronte embasbacava para ela; e por influência do maligno, não tinha forças para se retirar. para dentro, e vinham-lhe pensamentos maus...
— Mas vossa senhoria não está com atenção, senhor pároco.
— Ora essa, minha senhora!
E apressou-se a pacificar-lhe os escrúpulos - porque a salvação daquela alma idiota era para ele um emprego melhor que a mesma paróquia.
Já escurecia quando entrou em casa. A Escolástica queixou-se da demora que lhe esturrara o jantar. Mas Amaro tomou apenas um copo de vinho e uma garfada de arroz, que engoliu de pé, olhando com terror pela janela a noite que impassivelmente caia.
Entrava no quarto a ver se os candeeiros já estavam acesos, quando o coadjutor apareceu. Vinha falar-lhe sobre o batizado do filho do Guedes, que estava marcado para o dia seguinte às nove horas.
— Trago luz? - disse de dentro a criada sentindo a visita.
— Não! gritou logo Amaro.
Temia que o coadjutor visse a alteração que sentia nas faces, ou que se instalasse para toda a noite.