E até às cinco horas a Escolástica não tomou a sentir rumor no quarto.
Quando o moço do Cruz veio com o cavalo, pensando que o senhor pároco adormecera, ela foi-lhe bater devagarinho à porta do quarto, choramigando já da despedida próxima. Ele abriu logo. Estava de capote aos ombros; no meio do quarto pronta e acorreada a mala de lona que devia ir à garupa da égua. Deu-lhe um maço de cartas para ir entregar nessa noite à Sra. D. Maria da Assunção, ao padre Silvério e a Natário: e ia descer, entre os prantos da mulher, quando sentiu na escada um ruído conhecido de muleta, e o tio Esguelhas apareceu muito comovido.
— Entre, tio Esguelhas, entre.
O sineiro cerrou a porta, e depois de hesitar um momento:
— Vossa senhoria há-de desculpar, mas... Tinha-me esquecido de todo, com os desgostos que tenho passado. Já há tempo que achei no quarto isto, e pensei que...
E meteu na mão de Amaro um brinco de ouro. Ele reconheceu-o logo: era de Amélia. Muito tempo ela o procurara debalde; soltara-se decerto nalguma manhã de amor, sobre a enxerga do sineiro. Amaro então, sufocado, abraçou o tio Esguelhas.
— Adeus! adeus, Escolástica. Lembrem-se por cá de mim. Dê lembranças ao Matias, tio Esguelhas...
O moço afivelou a maleta ao selim, e Amaro partiu, deixando a Escolástica e o tio Esguelhas a chorar, ambos à porta.
Mas depois de ter passado os açudes, ao pé