rubro o das suíças, acentuando o adjetivo.
— São um principio respeitável.
— Upa! upa, excelentíssimo senhor! Upa!
O padre Amaro escutava, imóvel.
— Minha mulher há-de querer vê-lo, disse-lhe então o conde. E dirigindo-se a um reposteiro que levantou: — Entre. É o Sr. padre Amaro, Joana!
Era uma sala forrada de papel branco acetinado, com móveis estofados de casimira clara. Nos vãos das janelas, entre as cortinas de pregas largas duma fazenda adamascada cor de leite, apanhadas quase junto do chão por faixas de seda, arbustos delgados, sem flor, erguiam em vasos brancos a sua folhagem fina. Uma meia-luz fresca dava a todas aquelas alvuras um tom delicado de nuvem. Nas costas duma cadeira uma arara empoleirada, firme num só pé negro, coçava vagarosamente, com contrações aduncas, a sua cabeça verde. Amaro, embaraçado, curvou-se logo para um canto do sofá, onde viu os cabelinhos louros e frisados da senhora condessa que lhe enchiam vaporosamente a testa, e os aros de ouro da sua luneta reluzindo. Um rapaz gordo, de face rechonchuda, sentado diante dela numa cadeira baixa, com os cotovelos sobre os joelhos abertos, ocupava-se em balançar, como um pêndulo, um pince-nez de tartaruga. A condessa tinha no regaço uma cadelinha, e com a sua mão seca e fina cheia de veias, acamava-lhe o pêlo branco como algodão.
— Como está, Sr. Amaro? — A cadela rosnou. — Quieta, Jóia. Sabe que já falei no seu negócio? Quieta, Jóia... O ministro está ali.